Hipocrisia Saudável
E porque o "Tá Frescote" não é só um espaço humurístico mas também um espaço de reflexão, passo a escrever mais uma distorcida teoria social:
Olá, chamo-me Nelson Andrade e sou seguidor da nova escola da hipocrisia. Sim, sou um “novo hipócrita” e não poderia estar mais feliz pela decisão que tomei.
Noutra época, o mais provável era eu querer ser honesto e dizer aquilo que realmente sinto, mas nos tempos que correm, a meu ver, a honestidade é um grande defeito. Porquê? Porque estamos numa era “pós-bigbrotheriana” em que o “digo o que tenho a dizer na cara das pessoas” é um chavão actualmente mais utilizado que o premiado pelo prémio carreira de chavão “é a lei da vida”. Pergunto-vos quantas vezes já ouviram algo do género: “Ai, não percebo esta gente! Sempre a falar nas costas das pessoas. Eu ao menos, digo o que tenho a dizer na cara das pessoas! Não sou como aquela estúpida da Teresa Emanuela que está constantemente a falar nas costas de toda a gente! Aquela gaja é mesmo hipócrita… que vaca… olha, lá vem ela……Ah, olá Teresa! Tudo bem!?...…… isso, vai embora… ursa…”
Juro, eu não critico as pessoas que falam nas costas umas das outras. Na verdade, eu admiro esse tipo de gente até porque sou um deles. Renego, isso sim, os apologistas da crença “bigbrotheriana”. Vamos lá ser sinceros só por um bocado; existirá alguém que não fale de ninguém nas suas costas? Eu respondo: NÃO! É o acto de falar (inclusivamente mal) nas costas das pessoas que faz este nosso Mundo andar para a frente. Pessoal, não há nada de errado em falar mal de alguém nas costas. Se vocês perguntarem a alguém racional quais são as vantagens e as desvantagens de se falar mal nas costas das pessoas, tenho a certeza que as vantagens serão mais que as desvantagens. Por exemplo:
Vantagens – Evitam-se conflitos desnecessários; alivia-se tensão por via da catarse; o ouvinte aprende a lidar melhor com a personalidade de quem está a falar; aumenta o nível de confiança e amizade entre as partes que estão na conversa e, por incrível que pareça, aumenta também o nível de amizade entre as partes que estão na conversa e a pessoa referida por via de empatia e solidariedade.
Desvantagens – Estamos a ser hipócritas e insinceros.
Se repararem, as poucas desvantagens são inclusivamente relativas porque, pelo contrário, com a pessoa com quem estamos a falar, estamos a ser brutalmente honestos e sinceros.
É provável que não concordem comigo e estarão a dizer: “Mas então a nossa sociedade não passa de uma farsa, uma má peça de teatro onde todos se odeiam e todos fingem gostar do seu próximo!?” Não, porque grande parte das pessoas que falam mal de outras, não sentem realmente o que estão a dizer e aí, apenas estão a ser hipócritas e insinceras com elas próprias. E é neste ponto que tudo se aninha: A auto-honestidade. Se não se sentem à vontade ao maldizer alguém que não esteja presente, não o façam. Mas se está na vossa natureza falar mal das pessoas nas suas costas, ao não o fazer estão a ser falsos com vós mesmos, logo, devem soltar as amarras da globalização do pensamento social que vos obriga a sentirem-se culpados por falar mal das pessoas nas suas costas e devem “cuscar” à vontade. Estarão a ajudar-se a vocês próprios mas também ao resto do Mundo. Porque quando pensam que estão a ser puritanos ao dizer o que pensam, ou quando querem gritar aos quatro ventos que “dizem o que têm a dizer na cara das pessoas”, é quase certo que estarão a magoar os sentimentos de alguém e poderão estar a empurrar essa pessoa na direcção do buraco negro que é a baixa auto-estima. Por isso quero desde já agradecer a todas as pessoas que falam mal de mim nas minhas costas em vez de o fazerem nas minhas barbas e tenho a certeza que muita gente diz o mesmo apesar de debitarem expressões do tipo: “Sou como sou e não quero saber o que os outros pensam.” É bonito sim senhor, mas é mentira. No fundo, cerca de 80% daquilo que somos é o que pensam de nós, esteja certo ou errado.
Socialmente, nós somos aquilo que a nossa maneira de estar faz supor que somos e, por conseguinte, aquilo que pensam de nós. Por isso acredito que alguém que nasça, cresça e viva isolado, é socialmente inexistente. Apenas existe porque é um ser vivo, mas é um ser vivo “deficiente” porque se não existem ideias acerca do que é a nível de personalidade, é como se não existisse. É a velha questão de que “se uma árvore cair na floresta sem que ninguém tenha conhecimento disso, será que ela fez barulho?”
Concluindo, aquilo que nós somos não é só aquilo que sentimos que somos mas também o que a sociedade determina que sejamos, por isso, mais de meio caminho andado para sermos aquilo que realmente somos é ser sinceros e honestos connosco mesmo que para isso tenhamos que ser insinceros e hipócritas com o resto da sociedade.
Olá, chamo-me Nelson Andrade e sou seguidor da nova escola da hipocrisia. Sim, sou um “novo hipócrita” e não poderia estar mais feliz pela decisão que tomei.
Noutra época, o mais provável era eu querer ser honesto e dizer aquilo que realmente sinto, mas nos tempos que correm, a meu ver, a honestidade é um grande defeito. Porquê? Porque estamos numa era “pós-bigbrotheriana” em que o “digo o que tenho a dizer na cara das pessoas” é um chavão actualmente mais utilizado que o premiado pelo prémio carreira de chavão “é a lei da vida”. Pergunto-vos quantas vezes já ouviram algo do género: “Ai, não percebo esta gente! Sempre a falar nas costas das pessoas. Eu ao menos, digo o que tenho a dizer na cara das pessoas! Não sou como aquela estúpida da Teresa Emanuela que está constantemente a falar nas costas de toda a gente! Aquela gaja é mesmo hipócrita… que vaca… olha, lá vem ela……Ah, olá Teresa! Tudo bem!?...…… isso, vai embora… ursa…”
Juro, eu não critico as pessoas que falam nas costas umas das outras. Na verdade, eu admiro esse tipo de gente até porque sou um deles. Renego, isso sim, os apologistas da crença “bigbrotheriana”. Vamos lá ser sinceros só por um bocado; existirá alguém que não fale de ninguém nas suas costas? Eu respondo: NÃO! É o acto de falar (inclusivamente mal) nas costas das pessoas que faz este nosso Mundo andar para a frente. Pessoal, não há nada de errado em falar mal de alguém nas costas. Se vocês perguntarem a alguém racional quais são as vantagens e as desvantagens de se falar mal nas costas das pessoas, tenho a certeza que as vantagens serão mais que as desvantagens. Por exemplo:
Vantagens – Evitam-se conflitos desnecessários; alivia-se tensão por via da catarse; o ouvinte aprende a lidar melhor com a personalidade de quem está a falar; aumenta o nível de confiança e amizade entre as partes que estão na conversa e, por incrível que pareça, aumenta também o nível de amizade entre as partes que estão na conversa e a pessoa referida por via de empatia e solidariedade.
Desvantagens – Estamos a ser hipócritas e insinceros.
Se repararem, as poucas desvantagens são inclusivamente relativas porque, pelo contrário, com a pessoa com quem estamos a falar, estamos a ser brutalmente honestos e sinceros.
É provável que não concordem comigo e estarão a dizer: “Mas então a nossa sociedade não passa de uma farsa, uma má peça de teatro onde todos se odeiam e todos fingem gostar do seu próximo!?” Não, porque grande parte das pessoas que falam mal de outras, não sentem realmente o que estão a dizer e aí, apenas estão a ser hipócritas e insinceras com elas próprias. E é neste ponto que tudo se aninha: A auto-honestidade. Se não se sentem à vontade ao maldizer alguém que não esteja presente, não o façam. Mas se está na vossa natureza falar mal das pessoas nas suas costas, ao não o fazer estão a ser falsos com vós mesmos, logo, devem soltar as amarras da globalização do pensamento social que vos obriga a sentirem-se culpados por falar mal das pessoas nas suas costas e devem “cuscar” à vontade. Estarão a ajudar-se a vocês próprios mas também ao resto do Mundo. Porque quando pensam que estão a ser puritanos ao dizer o que pensam, ou quando querem gritar aos quatro ventos que “dizem o que têm a dizer na cara das pessoas”, é quase certo que estarão a magoar os sentimentos de alguém e poderão estar a empurrar essa pessoa na direcção do buraco negro que é a baixa auto-estima. Por isso quero desde já agradecer a todas as pessoas que falam mal de mim nas minhas costas em vez de o fazerem nas minhas barbas e tenho a certeza que muita gente diz o mesmo apesar de debitarem expressões do tipo: “Sou como sou e não quero saber o que os outros pensam.” É bonito sim senhor, mas é mentira. No fundo, cerca de 80% daquilo que somos é o que pensam de nós, esteja certo ou errado.
Socialmente, nós somos aquilo que a nossa maneira de estar faz supor que somos e, por conseguinte, aquilo que pensam de nós. Por isso acredito que alguém que nasça, cresça e viva isolado, é socialmente inexistente. Apenas existe porque é um ser vivo, mas é um ser vivo “deficiente” porque se não existem ideias acerca do que é a nível de personalidade, é como se não existisse. É a velha questão de que “se uma árvore cair na floresta sem que ninguém tenha conhecimento disso, será que ela fez barulho?”
Concluindo, aquilo que nós somos não é só aquilo que sentimos que somos mas também o que a sociedade determina que sejamos, por isso, mais de meio caminho andado para sermos aquilo que realmente somos é ser sinceros e honestos connosco mesmo que para isso tenhamos que ser insinceros e hipócritas com o resto da sociedade.
4 Comments:
Não será o que chamamos hipocrisia apenas mais uma das caracteristicas humanas que nos fazem seres racionais? A Hipocrisia tal como a amizade, simpatia etc... são caracteristicas necessárias a qualquer pessoa que queira viver bem em sociedade. Viva a Hipocrisia!
By
Anónimo, at 11:04 da manhã
Alguém que realmente compreende a essência psico-social da vida... Sublinho e reitero: Viva a Hipocrisia!
By
NelSon, at 11:19 da manhã
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
»
By
Anónimo, at 3:18 da manhã
I really enjoyed looking at your site, I found it very helpful indeed, keep up the good work.
»
By
Anónimo, at 6:39 da manhã
Enviar um comentário
<< Home