Tá Frescote...

sábado, fevereiro 05, 2011

Desce a Cortina... E Começa a Peça!

Hoje sentei-me.
Nada de diferente, nada de extraordinário, nada de polémico ou de inovador. Apenas me sentei.
Então porquê o dizer? Perdão. Porquê o escrever? Talvez porque na escrita as palavras não se sentam... Não se sentam mas sentem-se... E os sentimentos, sentam-se? Sei que se sentem, mas será que se sentam?
Gosto de pensar que se aninham... Agacham-se e agigantam-se mas nunca se sentam ou se levantam. Porque sentar e levantar são acções que se fazem quando se é. E os sentimentos não são. Os sentimentos fazem que são... Exageram! São encenadores, actores e espectadores da peça de teatro que se desenrola no nosso íntimo... São a acção e a reacção... O fogo e a água. E o que somos nós, então? Que papel temos nesta trama? Somos o teatro.
Somos antigos, ou modernos... Temos na nossa alma espaços mais ou menos confortáveis... De certas partes de nós conseguimos ver a acção mas temos outras que abafam a visão dos acontecimentos... Somos frios ou quentes e à medida que o tempo avança, ficamos mais vazios... Perdemos o encanto...
Por isso me sento. Me sento e me sinto. E me esforço para acompanhar a tragicomédia que brota e fenda as paredes do teatro. Porque se eu não parar, se eu não me calar, se eu não me sentar; não serei mais que uma marioneta movida por cordas que puxam de dentro.
Isso é a introspecção... É negociar connosco tudo aquilo que podemos ser... Há que deixar as químicas para os químicos e as matemáticas para os matemáticos, mas nunca os sentimentos para os sentimentalistas! Para quê alimentar os exagerados à base da hipérbole!?
Sentem-se e sintam-se!! E assim vos prometo o melhor dos espectáculos... E sem pagarem bilhete.