Soslaio
A força do soslaio é devastadora… Podemos ignorar, virar a cara e esquecer… Mas o olhar de soslaio é a pior coisa que se pode fazer.
O olhar de soslaio é o mais próximo que o ser humano pode ambicionar em termos de viajar no tempo. É o soslaio e a recordação… A diferença é que a recordação não nos verga ao estrabismo… A recordação é livre. É tão livre que podemos recordar em qualquer lugar e em qualquer altura de qualquer momento. É tão livre que podemos inclusivamente moldar a recordação consciente ou inconscientemente… Podemos usar uma recordação em nosso benefício… Já o olhar de soslaio não é moldável. Força-nos à interacção porque é rígido… A recordação é do “sempre”, o olhar de soslaio é do “agora”… É o falso ignorar que o nosso cérebro impõe à nossa alma. O soslaio é o olhar sem querer olhar quando se quer olhar. É o fortalecer daquilo que o fraco dentro de nós quer fazer…
Simplificando, o olhar de soslaio é tentar ver algo que ansiamos ver mas que as circunstâncias ditam que não esteja ao alcance da nossa vista… Longe da vista, longe do coração… O olhar de soslaio tenta ser a ponte entre a vista e o coração… Ponte ingrata. Ingrata porque quando algo não está ao nosso alcance e nos preparamos para nos conformarmos que não voltará ao nosso campo de visão, eis que feito cavaleiro andante chega o olhar de soslaio para que tenhamos mais uma última visão desenquadrada do que vamos perder… É como a dor do trespasse depois do morto estar enterrado…
Já chega de olhar de soslaio para aquilo que vai passando por nós e andando como se não existíssemos! Já chega de atiçar os nossos olhos contra o nosso pescoço para ver quem ganha a luta! Já chega de esperar até ao último segundo que o nosso olhar atinja a tempo a quem apenas pedimos um olhar de volta!
Olhar de soslaio não é desprezo… Não é desdém… Não é inveja nem tão pouco raiva… Ou se calhar talvez seja! Não estou aqui para falar pelos olhos dos outros! Nem estou aqui para ver pelas palavras dos outros! O meu olhar de soslaio é nostálgico… É saudoso de um tempo que nunca existiu. Olhos que sentem falta do que nunca tiveram são olhos que ignoram o futuro. São olhos que choram para dentro. Olhar cansado de tentar reter uma imagem que o ignora…
Chega de olhar de soslaio! É tempo de olhar de frente e de olhar em frente! É tempo de deixar que o soslaio olhe para nós e se arrependa de nos ter ignorado...
O olhar de soslaio é o mais próximo que o ser humano pode ambicionar em termos de viajar no tempo. É o soslaio e a recordação… A diferença é que a recordação não nos verga ao estrabismo… A recordação é livre. É tão livre que podemos recordar em qualquer lugar e em qualquer altura de qualquer momento. É tão livre que podemos inclusivamente moldar a recordação consciente ou inconscientemente… Podemos usar uma recordação em nosso benefício… Já o olhar de soslaio não é moldável. Força-nos à interacção porque é rígido… A recordação é do “sempre”, o olhar de soslaio é do “agora”… É o falso ignorar que o nosso cérebro impõe à nossa alma. O soslaio é o olhar sem querer olhar quando se quer olhar. É o fortalecer daquilo que o fraco dentro de nós quer fazer…
Simplificando, o olhar de soslaio é tentar ver algo que ansiamos ver mas que as circunstâncias ditam que não esteja ao alcance da nossa vista… Longe da vista, longe do coração… O olhar de soslaio tenta ser a ponte entre a vista e o coração… Ponte ingrata. Ingrata porque quando algo não está ao nosso alcance e nos preparamos para nos conformarmos que não voltará ao nosso campo de visão, eis que feito cavaleiro andante chega o olhar de soslaio para que tenhamos mais uma última visão desenquadrada do que vamos perder… É como a dor do trespasse depois do morto estar enterrado…
Já chega de olhar de soslaio para aquilo que vai passando por nós e andando como se não existíssemos! Já chega de atiçar os nossos olhos contra o nosso pescoço para ver quem ganha a luta! Já chega de esperar até ao último segundo que o nosso olhar atinja a tempo a quem apenas pedimos um olhar de volta!
Olhar de soslaio não é desprezo… Não é desdém… Não é inveja nem tão pouco raiva… Ou se calhar talvez seja! Não estou aqui para falar pelos olhos dos outros! Nem estou aqui para ver pelas palavras dos outros! O meu olhar de soslaio é nostálgico… É saudoso de um tempo que nunca existiu. Olhos que sentem falta do que nunca tiveram são olhos que ignoram o futuro. São olhos que choram para dentro. Olhar cansado de tentar reter uma imagem que o ignora…
Chega de olhar de soslaio! É tempo de olhar de frente e de olhar em frente! É tempo de deixar que o soslaio olhe para nós e se arrependa de nos ter ignorado...