Tá Frescote...

domingo, agosto 28, 2005

Frase do Dia

Palmilhas de gel que aliviam a dor no plantar no pé. (Onde!!?? Que é isso!!?? Tonos...)

sábado, agosto 27, 2005

Senhoras e Senhores... NÃO batam palmas para os...: "Vozes da Rádio"!!!!

Grupos de música como os "Vozes da Rádio" ou "TetVocal" nunca chegarão a um patamar alto de fama no nosso país. Mas não é por culpa dos executantes ou do tipo de música que praticam, a culpa é de um gene presente apenas nos portugueses. Este gene determina que sempre que esteja alguém a cantar sem música (ou em casos extremamente graves, com música) tudo o que é português ou portuguesa e esteja a assistir, começa automaticamente a aplaudir ao ritmo da canção. À medida que a idade avança, as palmas deixam de ser ao ritmo da canção e acaba por parecer que já estão a aplaudir o artista antes de ele acabar o número. O extremo desta aversão portuguesa ao silêncio é precisamente o minuto de silêncio nos estádios de futebol que como já todos repararam, mais parece o som libertado numa actuação dos "TetVocal" no "Natal dos Hospitais". Caros portugueses e portuguesas, o silêncio tem de deixar de ser inaceitável na nossa sociedade senão, brevemente, a poluição sonora vai ter o seu maior índice no nosso país que será também conhecido como o país cujos habitantes têm as mais largas mãos do Mundo.

Reality Check

Não sei se foi da cabeçada que dei no candeeiro do meu quarto ou se foi do estranho pó branco que inalei há coisa de meia horita, mas apetece-me trazer um pouco de dignidade e seriedade a este blog e por isso o texto que se segue é uma espécie de conselho. Se achas que não precisas de conselhos podes avançar este post, mas se por outro lado és uma pessoa inteligente, culta e extremamente atraente continua a leitura.
Um dos maiores elogios que já me fizeram foi: "És uma pessoa diferente". Para mim, isto é um elogio porque se sou diferente, é por ser igual a mim mesmo. Existem pessoas que querem a toda a força ser diferentes para se destacarem e serem vistas, no fundo para causar impacto. Mas essas pessoas forçam tanto a diferença que se transformam no cúmulo desta, ou seja, tornam-se diferentes delas próprias; mostram o que não são. Ao longo do tempo, de tanto forçarem a diferença ficam cansados, esgotados até, e então querem voltar ao seu "eu", mas este já deixou de existir há muito e então, estas pessoas ficam no limbo - entre o que não são e o que não podem ser - ficam ocas e à deriva na sociedade. Acabam por se transformar noutro tipo de diferença, um tipo excruciante de diferença: A inadaptação. Outras, pelo contrário, enchem o vazio nelas com todo o tipo de lixo sentimental e cultural que lhes traz não só laivos de felicidade como também uma inconsciente nostalgia e uma sensação de permanente falta de algo. Pronto eu acredito que sou diferente, mas será que isso faz de mim melhor pessoa? Não. Ser diferente de muita gente não deve ser uma escolha, é apenas o promenor intrínseco do facto de agir como o "eu" próprio. O facto de ser como sou traz-me popularidade das massas? Nenhuma. Mas faz-me sentir bem comigo mesmo e faz também com que, quando o mundo exterior se abate contra os meus princípios eu tenha forças em mim (pensamento próprio, crenças e opiniões) para elevar a auto-estima. As pessoas que buscam o inconformismo através do conformismo ficam, como já referi, ocas e não têm onde se agarrar caso percam a corrida com a essência social que as rodeia. Isto soa mesmo a "cliché" barato mas a frase "Sê tu mesmo" nunca fez tanto sentido como agora, numa época em que a ânsia de diferença leva a uma uniformatização de personalidades. Numa época em que a introspecção foi espancada e deixada a defenhar num beco enquanto se anda de mão dada com as mais passageiras modas. Chega de imitações. Chega de falsos princípios apoiados em personagens de novelas. Chega de esvaziar o espírito para dar espaço a filosofias que não são nossas. Chega de vender a alma para poder comprar uma que esteja na moda. Chegou o momento de mudar não mudando. Chegou o momento de pensar sem recorrer aos outros. Chegou o momento de sentir e perguntar "porquê". Chegou o momento de ser, sem ser mais ninguém que nós próprios. Como escreveu um dia Fernado Pessoa: "É A HORA!"

quinta-feira, agosto 25, 2005

Vive la... eer... AH já sei... France

Passei 15 dias em França numa pequena cidade de seu nome Vénissieux (encostadinha a Lyon)e deixem-me já exprimir a impressão que me faz ouvir franceses a dizerem expressões como: "savoir faire"; "je ne sais quois"; "fait divers" e "déja vu", porque é que teimam em utilizar expressões que não são deles!? Isto desgasta-me... Tive também, mais uma vez, o prazer de constatar que 5% da população dessa cidade são africanos muçulmanos, 9% são africanos de outras religiões, 11% são gregos, espanhóis e portugueses, 1,9% são hebreus, 3% são vietnamitas, 70% são árabes muçulmanos, e existem também 2 casais de franceses puros. Como é bem visível pela grande facção árabe muçulmana, os portugueses têm que ter cuidado com o uso de certas palavras em voz alta. Aprendi isto quando num parque de estacionamento, estou eu de um lado da rua e as minhas irmãs do outro, e elas perguntam-me: "Nelson, onde está o carro?!" E respondo eu em voz alta: "ALI!!!" Nisto, viram-se para mim cerca de 6 indivíduos árabes com cara de quem pergunta: "Chamaste-me, pá?" Ainda bem que "Mohamed" não é uma palavra portuguesa... Para quem quiser ir a França, cá estão mais 2 palavras que também testei acidentalmente e podem causar mal-entendidos (tomem a seta como "facilmente confundido por"):
- "Olha lá" -> "Yol Alá" (uma reza qualquer)
- "Fachabor" (faz favor) -> "Faznavour" (Nome de pessoa)
Mas este pote de cultura até é interessante porque não é todos os dias que vemos uma mulher muçulmana a levantar uma pontinha da burka para dar um trago na sua Coca-Cola fresquinha enquanto o seu marido pavoneia as suas novas Levis a condizer com o seu boné dos Chicago Bulls.
Outra coisa que tive a oportunidade de constatar é relativa ás caixas de pagamento no Carrefour lá da zona: Existem mais ou menos 50 mas, 25 são só para quem tem um Passe Especial, 15 são apenas de 10 unidades, 4 são caixas prioritárias e 6 são as "normais" (msmo assim são mais do que as que estão abertas no Pingo Doce).
Para acabar, uma observação relativa à televisão: Os pivôs de Telejornal. Tenho reparado numa aproximação gradual das caras dos jornalistas à câmera de filmar porque há alguns anos atrás, conseguíamos ver do tronco para cima do pivô e um bocadinho do cenário, agora só se vê os ombros e a cara dele. "Chegará o dia" (tom de voz profético) em que o Telejornal francês vai ser filmado através de um potentíssimo microscópio electrónico... "é tempo de dar fama ás nossas células" devem eles pensar...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Sejam Bem Vindos ou Vão-se Embora!!

Olá a todos! Bem vindos à nova casa do "Tá Frescote"! O design é inovador mas o conteúdo é patetica... quer dizer, perfeitamente o mesmo assim como os efeitos secundários (entre os muitos: provável resvale para a idiotice). Espero que continuem assiduamente a perder o vosso tempo, ou seja, a ler os meus posts pois prometo-vos que continuarão a tentar ser engraçados! Disfrutem e riam-se! Ou simplesmente disfrutem. Ou não disfrutem. Ou vão-se embora. Sim, vão-se embora... ainda não pararam de me deitar abaixo desde que comecei a escrever este post! Ou fui eu que tratei de fazê-lo por vocês...? Não interessa! Abraço e fiquem bem! Ou não fiquem bem. Ou não fiquem. Ok, se é isso que querem vão-se embora!!

Ui que filme... (Parte 2)

Aqui há uns tempos, estava eu sossegado a ver televisão quando de repente sou metaforicamente atingido com uma jante de pneu na têmpora direita: "JÁ NOS CINEMAS: MISS DETECTIVE II !!" A minha opinião sincera é que o filme "Miss Detective" é um filme razoavelmente agradável para se ver na TVI numa tarde em que não esteja a dar mais nada de jeito, mas daí a fazer uma sequela!? E EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS!!?? É duplamente terrível! Quer dizer... só faltava agora também fazerem um filme de um VW Carocha com vida e pô-lo a rodar nas salas de cinema em todo o Mundo, ahahaaha... o quê? Estão-me agora a dizer que... O QUÊ!!??

PS: Quem vos escreve não é o Nelson. Em virtude de um camião lhe ter, agora mesmo, metaforicamente passado por cima das pernas foi-lhe aconselhado descanso absoluto. Peço desculpa pelo incómodo. Obrigado.

Ui que filme...

Estive recentmente em França a passar férias e lá, tive o prazer de ver um filme alemão que encheria de inveja muitos realizadores norte-americanos e por isso sinto uma enorme necessidade de partilhar a sua história com vocês. O filme chamava-se, salvo erro, "Mistério no Lago" e está categorizado como "thriller/suspense". Basicamente, a história do filme consistia numa série de homicídios que aconteciam num certo lago. Até aqui tudo normal, o que viria a captar a minha atenção foram posteriores cenas e diálogos que vou referir de seguida. O primeiro, delicioso, passa-se quando a personagem principal (uma rapariga que regressa à sua cidade natal depois de anos de ausência) acaba de saber que um dos seus melhores amigos desapareceu enquanto nadava no lago e então pergunta ao polícia: "- Mas o que é que se passa!? Já se estão a ir embora!?"; "- Já revistamos esta área durante muitas horas..."; "- Mas uma pessoa desapareceu! Poderá estar até morta! É preciso mais meios humanos e tecnológicos! É preciso uma investigação a larga escala!"; "- Ó! Se tivessemos que fazer uma investigação a larga escala cada vez que uma pessoa desaparece neste lago, estavamos desgraçados." (Relembro que o filme está categorizado como "thriller/suspense" e não como "comédia"). Passado pouco tempo, outro amigo da personagem principal, morre no lago e passado mais um tempinho (talvez para relaxar e espairecer devido ao assassinato de dois amigos) outra amiga da personagem principal também vai nadar para o lago e... eeer... portanto, morre. Eis que acontece o que já se previa: uma reunião de emergência entre todos o amigos da personagem principal incluíndo esta. Segue-se o diálogo: "- Isto é uma desgraça! (choro)"; "- Como é que isto é possível!?"; "- Temos que tomar medidas..."; "- Tão jovens... porquêêê!!?? (choro)"; "- Tem calma...": "- Tem calma!!?? Tem calma!!?? Anda um maluco a matar-nos um a um e queres que eu tenha calma!!"; "- Calem-se!! Os dois!! Temos que nos manter unidos nesto momento... é impossível prever quem irá ser o próximo..." Se calhar, impossível é uma palavra um pouco forte... eu não sou perito nestas andanças de psicopatas mas penso que a próxima pessoa a morrer poderá ser... não sei... talvez será a próxima a ir nadar para o lago visto que só no lago é que morrem as pessoas... Outra grande cena é quando a personagem principal está num cemitério e apercebe-se que está alguém num arbusto a filmá-la e então ela começa a perseguir essa pessoa. No guião, provavelmente diz: "O misterioso homem da handycam corre e deixa acidentalmente caír a câmera ao chão" mas o actor lá quis dar o seu cunho pessoal e "acidentalmente arremessou a câmera ao chão". No momento em que a câmera cai ao chão, mostra um grande plano desta e ouve-se uma música ameaçadora. O que é que o telespectador pensa? "Hum... o grande plano... a música ameaçadora... esta handycam vai ser a chave da resolução do mistério..." mas não. Depois de fazerem cinamatograficamente o equivalente gráfico ao negrito e sublinhado, a câmera nunca mais é vista nem referida e quanto a mim, ela ainda jaz no chão daquele cemitério. Mais à frente, outra cena digna de registo. Depois de uma escaramuça com o mau da fita, 5 pessoas deixam-no escapar e preferem pôr a conversa em dia... e lá estão eles a conjecturar quem será o vilão, onde estará... de referir que uma destas 5 pessoas (o pai da personagem principal) tem a particularidade de estar com um arpão a trespassa-lo abaixo da clavícula mas isto não os impede de continuarem a alegre tertúlia. De repente, a personagem principal tem uma espécie de epifania e num instante descobre sozinha que o psicopata é na realidade uma das amigas dela e discerne imediatamente o paradeiro desta. E lá vai a heroína na busca da má da fita (de referir que a estrutura física da psicopata faz lembrar aquelas modelos que se alimentam apenas de soro intra-venoso e de seguida o vomitam propositadamente). O Bem e o Mal encontram-se frente a frente e como sempre, ganha... a psicologia barata. Mas quando parece que a psicopata se rendeu na margem do lago, vem um barco com o pai da personagem principal (milagrosamente recuperado da dolorosa ferida) e nisto, a vilã grita: "- É uma armadilha! Vais morrer!" E atiram-se as duas à água tentando-se afogar mutuamente e quando a nossa heroína está a perder, vem o pai desta (com uma estampa física a fazer lembrar lutadores de wrestling) e dá grandíssimo têsto na anoréctica vilã caíndo esta na água. A personagem principal abraça-se ao pai e, de repente, levanta-se a vilã (espantosamente sem o crânio esmagado e sem exibir qualquer marca de tamanho murro) e diz uma frase tão inédita como inesperada: "- Detesto interromper a reunião familiar mas..." e nisto leva dois tiros de um gajo que saíu não sei de onde. Sem dúvida dos melhors "thrillers/suspense" que eu já vi desde "Os Moto-Ratos de Marte".
Moral da história: Não critiquem demasiado o cinema português.