Tá Frescote...

sexta-feira, julho 28, 2006

O Comentador Universal

Aqui há uns dias atrás, Fidel Castro comentou da seguinte forma o caso Zidane-Materazzi:
"Se reagiu por ter sido provocado, não concordo com a punição da FIFA; parece-me excessiva".
Descoberta esta nova faceta de Fidel, fui de imediato à minha agenda ver o número de telefone deste meu amigo de longa data e telefonei-lhe para que ele me desse o seu parecer acerca de outros assuntos que também lhe dizem respeito. Aqui estão algumas respostas de Castro ás minhas perguntas:

"Não, Nelson... acho sinceramente que a vitória do Sr Vasco no concurso de courgettes com formas estranhas foi justíssima. Se reparares bem, vês que a sua courgette tinha tudo para ser a vencedora. Mas já sabes como é: todos apontam uma pessoa como favorita à vitória, e quando a vitória acontece... atribuem-na a um lobby..."

"Concordo. A polémica que assombrou a última feira internacional de vestidos de chita foi totalmente despropositada. Felizmente não houveram incidentes graves mas é verdade que se não tivesse havido o tal espectro de corrupção, a feira teria sido um sucesso."

"Nem me fales disso... a Rafaela é uma galdéria daquelas como já não se vê! E eu já tinha avisado a Gaby que não valia a pena estar com coisas porque estava em negação. É que já da outra vez que foram os cinco para as Seychelles, a Rafalea teve um caso com o Gonçalo e toda a gente sabe disso inclusivamente a Gaby, mas o que queres que te faça... olha... é a assim..."

"Para ser sincero e honesto contigo, devo dizer que calças de bombasine não te ficam muito bem."

"Jornalistas executados? Bem, não vamos por aí porque não gosto de meter o nariz onde não sou chamado..."

sábado, julho 22, 2006

A Tira Que Sobra...

Porque é que quando se arranca uma folha de papel de um caderno de argolas pelo picotado, não deixamos ficar no caderno aquela tira com os furos, que sobra? Temos a necessidade de a arrancar. E não adianta combater essa vontade porque não conseguiremos dormir em condições enquanto não arrancarmos a dita tira. É que para além de a arrancarmos, não está na nossa natureza deita-la ao lixo assim tal e qual como a arrancamos; temos que a enrolar, dobrar, usar como arma de arremesso ou até mesmo corta-la aos bocados antes de nos desfazermos dela. E não raras vezes acontece que depois de a arrancarmos e de fazermos tudo o que nos apeteceu com ela, não a deitamos ao lixo. Por vezes andamos com ela no bolso, no estojo ou até mesmo no meio do caderno. Existe ainda quem não se contente com o simples arrancar e deformar da tira. Muitas vezes, pessoas fazem pequenos desenhos ou nomes ou até riscos sem qualquer importância ou significado, para além de números, padrões de linhas e/ou formas, anagramas, siglas e riscos de raiva. Por vezes, não nos contentamos com o arrancar a tira de uma só vez (apesar de gostarmos bastante do som que fazem as pequenas “pontes” que ligam o papel ao caderno, ao rasgar). E então vamos rasgando, uma a uma, as “pontes”. Há quem as vá rasgando de seguida; de cima para baixo ou de baixo para cima, há quem comece numa extremidade e quando chega a meio, vai por a outra extremidade, há quem vá despregando as “pontes” ao acaso; e a tortura continua nas suas intermináveis formas.
Mas afinal o que nos leva a fazer isto? Compreendo que a tira sem folha agarrada torna-se obsoleta, e mais, torna-se num empecilho, um apêndice sem uso que é facilmente eliminado… Mas porquê o ritual? Porquê o pormenor? Numa sociedade em que o “timing” certo se tornou essencial, numa sociedade em que já não há tempo para cumprimentar um vizinho e discutir um pouco de meteorologia com ele, numa sociedade em que somos obrigados a correr contra prazos e a trabalhar em função do minuto seguinte; porquê a lenta tortura a que sujeitamos a insensível tira de papel? Não temos tempo para abraçar um familiar mas temos tempo para criar um labirinto vertical numa tira de papel esburacada!? Não acham um pouco esquisito declarar o nosso amor por alguém numa fita estreita de papel em vez de ir directamente à fonte do sentimento!? É difícil, bem sei… mas não deixa de ser estranho.
E dizem vocês: “Porque falas em tortura quando já referiste que a tira de papel é insensível?” Quando arrancam um a um, os “braços” que unem a tira de papel ao caderno, não estão a torturar o papel. Estão a torturar alguém que não entende porque é mais desinteressante que a malfadada fita esburacada… estão no fundo a torturarem-se a vós próprios.
A verdade é que está nos nossos genes eliminar a parte mais pequena de algo que deixou de existir. É quase como os sabugos nos dedos. São criados porque existem pequenas “peles” que não é suposto termos e então trincamos, puxamos e cortamos essas “peles” mesmo que nos causem dor e hemorragia.
A verdadeira questão é: Porque é que passamos tanto tempo a “mimar” com a nossa atenção, algo que sabemos que é perfeitamente dispensável?
A resposta está em nós e é tão elementar como a fome ou a sede. É a necessidade de conforto. Não o conforto que sentimos quando nos sentamos num sofá ou quando nos deitamos numa cama… é mais como o conforto que sentimos quando alguém faz um desenho no nosso caderno ou quando outra pessoa acerta as horas do nosso relógio. No fundo, o que fazemos com a tira esburacada de papel é o “fazer algo sem o fazer”… é o sentir nas mãos o poder de criar e destruir sem ter que sentir nos ombros a responsabilidade de tamanho poder. Pelo menos naquele espaço de tempo em que nos recriamos com a tira, caminhamos Deuses entre míseros Homens… Deuses do nada, mas ainda assim Deuses.

terça-feira, julho 18, 2006

BUG!!??

Fui recentemente desafiado por um amigo cujo nome permanecerá incógnito (por isso não te preocupes Pedro) a "postar" um texto acerca do bug que atormenta milhares de blogs. Falo do bug que podem ver em muitos "comments" nos textos que publico aqui no "Tá Frescote...". Tenho-me deparado com expressões tais como: "Nice colors. Keep up the good work. thnx!" e também: "I say briefly: Best! Useful information. Good job guys." ou: "I love your website. It has a lot of great pictures and is very informative." e até mesmo: "Hello I absolutely adore your site. You have beautiful graphics I have ever seen." assim como: "Hmm I love the idea behind this website, very unique." e: "Your are Excellent. And so is your site! Keep up the good work. Bookmarked." e também: "Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across." Isto só para dar alguns exemplos dos muitos "comments" que tenho recebido. E depois de os ler a todos, apenas vos pergunto: "QUAL BUG!!???" Não percebo... dá para ver claramente que isto não é nenhum bug; é isso sim a admiração ao meu blog por parte de um admirador estrangeiro! É assim tão difícil para vocês admitirem isso!? Qualquer pessoa, seja de que país for, que visite o "Tá Frescote..." se apercebe que realmente tenho grafismos tecnológicamente avançados, conteúdo extremamente importante, belas cores, informação útil e imagens excepcionais! Agora, se vocês são assim tão invejosos para caírem na realidade... assim não dá... quer dizer... já tomavam um cafézinho e acordavam para a vida, não? Talvez nesse vosso mundo cor-de-roza, seja tudo como vocês querem mas na vida real apenas está tudo perfeito para MIM... SÓ PARA MIM! EU É QUE REINO!! UUUAHAHAHAAUUUAHAHAHAHAH!!!!!!!!!!!!! SOU O MAIIIOOOR!!! UUUAAHHHHAAAAUAHH!!! (Esta reacção ao vivo teria muito mais piada...)

Hipocrisia Saudável

E porque o "Tá Frescote" não é só um espaço humurístico mas também um espaço de reflexão, passo a escrever mais uma distorcida teoria social:

Olá, chamo-me Nelson Andrade e sou seguidor da nova escola da hipocrisia. Sim, sou um “novo hipócrita” e não poderia estar mais feliz pela decisão que tomei.
Noutra época, o mais provável era eu querer ser honesto e dizer aquilo que realmente sinto, mas nos tempos que correm, a meu ver, a honestidade é um grande defeito. Porquê? Porque estamos numa era “pós-bigbrotheriana” em que o “digo o que tenho a dizer na cara das pessoas” é um chavão actualmente mais utilizado que o premiado pelo prémio carreira de chavão “é a lei da vida”. Pergunto-vos quantas vezes já ouviram algo do género: “Ai, não percebo esta gente! Sempre a falar nas costas das pessoas. Eu ao menos, digo o que tenho a dizer na cara das pessoas! Não sou como aquela estúpida da Teresa Emanuela que está constantemente a falar nas costas de toda a gente! Aquela gaja é mesmo hipócrita… que vaca… olha, lá vem ela……Ah, olá Teresa! Tudo bem!?...…… isso, vai embora… ursa…”
Juro, eu não critico as pessoas que falam nas costas umas das outras. Na verdade, eu admiro esse tipo de gente até porque sou um deles. Renego, isso sim, os apologistas da crença “bigbrotheriana”. Vamos lá ser sinceros só por um bocado; existirá alguém que não fale de ninguém nas suas costas? Eu respondo: NÃO! É o acto de falar (inclusivamente mal) nas costas das pessoas que faz este nosso Mundo andar para a frente. Pessoal, não há nada de errado em falar mal de alguém nas costas. Se vocês perguntarem a alguém racional quais são as vantagens e as desvantagens de se falar mal nas costas das pessoas, tenho a certeza que as vantagens serão mais que as desvantagens. Por exemplo:
Vantagens – Evitam-se conflitos desnecessários; alivia-se tensão por via da catarse; o ouvinte aprende a lidar melhor com a personalidade de quem está a falar; aumenta o nível de confiança e amizade entre as partes que estão na conversa e, por incrível que pareça, aumenta também o nível de amizade entre as partes que estão na conversa e a pessoa referida por via de empatia e solidariedade.
Desvantagens – Estamos a ser hipócritas e insinceros.
Se repararem, as poucas desvantagens são inclusivamente relativas porque, pelo contrário, com a pessoa com quem estamos a falar, estamos a ser brutalmente honestos e sinceros.
É provável que não concordem comigo e estarão a dizer: “Mas então a nossa sociedade não passa de uma farsa, uma má peça de teatro onde todos se odeiam e todos fingem gostar do seu próximo!?” Não, porque grande parte das pessoas que falam mal de outras, não sentem realmente o que estão a dizer e aí, apenas estão a ser hipócritas e insinceras com elas próprias. E é neste ponto que tudo se aninha: A auto-honestidade. Se não se sentem à vontade ao maldizer alguém que não esteja presente, não o façam. Mas se está na vossa natureza falar mal das pessoas nas suas costas, ao não o fazer estão a ser falsos com vós mesmos, logo, devem soltar as amarras da globalização do pensamento social que vos obriga a sentirem-se culpados por falar mal das pessoas nas suas costas e devem “cuscar” à vontade. Estarão a ajudar-se a vocês próprios mas também ao resto do Mundo. Porque quando pensam que estão a ser puritanos ao dizer o que pensam, ou quando querem gritar aos quatro ventos que “dizem o que têm a dizer na cara das pessoas”, é quase certo que estarão a magoar os sentimentos de alguém e poderão estar a empurrar essa pessoa na direcção do buraco negro que é a baixa auto-estima. Por isso quero desde já agradecer a todas as pessoas que falam mal de mim nas minhas costas em vez de o fazerem nas minhas barbas e tenho a certeza que muita gente diz o mesmo apesar de debitarem expressões do tipo: “Sou como sou e não quero saber o que os outros pensam.” É bonito sim senhor, mas é mentira. No fundo, cerca de 80% daquilo que somos é o que pensam de nós, esteja certo ou errado.
Socialmente, nós somos aquilo que a nossa maneira de estar faz supor que somos e, por conseguinte, aquilo que pensam de nós. Por isso acredito que alguém que nasça, cresça e viva isolado, é socialmente inexistente. Apenas existe porque é um ser vivo, mas é um ser vivo “deficiente” porque se não existem ideias acerca do que é a nível de personalidade, é como se não existisse. É a velha questão de que “se uma árvore cair na floresta sem que ninguém tenha conhecimento disso, será que ela fez barulho?”
Concluindo, aquilo que nós somos não é só aquilo que sentimos que somos mas também o que a sociedade determina que sejamos, por isso, mais de meio caminho andado para sermos aquilo que realmente somos é ser sinceros e honestos connosco mesmo que para isso tenhamos que ser insinceros e hipócritas com o resto da sociedade.

sexta-feira, julho 07, 2006

Bambuzinho

Modas... sabem da mais recente? Comprar uma planta de bambu para enfeitar a casa.
Eu acho isto bem esquisito... Porquê? Simples. Meus amigos, bambu não é uma planta doméstica... é isso sim ração para pandas! Áqueles que têm muita peninha por um dos mais belos animais do planeta estar em vias de extinção, eu digo: "Já paravam de lhes roubar a comida! Não?" Hello! GreenPeace toca a acordar!!
Tentem meter isto na cabeça: Bambu são uma espécie de... como eide dizer... CANAS. Não é algo de beleza exuberante para enfeitar uma secretária.
Querem saber a razão da minha revolta? Ontem de manhã deparei-me com um hors d'oeuvres para pandas na janela do meu quarto...